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A importância da gestão do supply chain no varejo alimentar: desafios e recompensas

por Paulo Sérgio de Carvalho Araújo, Diretor de Logística e Supply Chain do Grupo Koch

Um dos principais pilares para o sucesso do varejo alimentar é a gestão do supply chain, ou cadeia de suprimentos, que é um sistema complexo que envolve a produção, armazenamento, transporte e entrega de produtos.

Por se tratar de um setor altamente competitivo e sensível às demandas do consumidor, a eficiência na gestão dos processos de abastecimento, estoque, distribuição e logística pode ser a diferença entre o crescimento sustentável e a estagnação das empresas de varejo.

A complexidade desse setor, aliada à necessidade de garantir frescor, qualidade e disponibilidade dos produtos, torna a gestão do supply chain um desafio estratégico, mas também uma fonte de recompensas significativas para as empresas que a executam com excelência.

O que as empresas ganham ao fazer bem a gestão do supply chain?

  1. Redução de custos e aumento da lucratividade
    Uma gestão estratégica e eficiente do supply chain permite que as empresas otimizem processos, reduzam desperdícios e minimizem custos operacionais.

    Tratando-se do varejo alimentar, onde as margens de lucro são frequentemente apertadas, a capacidade de controlar custos de transporte, armazenamento, perdas e estoque é crucial. Empresas que investem em tecnologias como sistemas de previsão de demanda, automação de estoques e rotas logísticas inteligentes conseguem reduzir significativamente os gastos e aumentar sua rentabilidade.

    Já, naquelas empresas que não investem em gestão de supply chain, a falta de controle sobre os processos pode levar a custos excessivos, e por muitas vezes desnecessários, com estoques, transporte e armazenamento. Rupturas de estoque, por exemplo, podem resultar em vendas perdidas e necessidade de entregas emergenciais, que geram custos não previstos. Por outro lado, o excesso de estoque pode levar ao desperdício de produtos perecíveis, aumentando os prejuízos.

  2. Satisfação do cliente e fidelização
    A disponibilidade de produtos frescos e de qualidade no momento certo é essencial para atender às expectativas do consumidor. Um supply chain bem gerenciado garante que os produtos cheguem às prateleiras no prazo correto, evitando rupturas de estoque e garantindo o frescor dos itens perecíveis. Isso não apenas aumenta a satisfação do cliente, mas também fortalece a fidelidade à marca, já que os consumidores tendem a confiar em estabelecimentos que oferecem consistência e qualidade.

    Por outro lado, a indisponibilidade de produtos, especialmente itens essenciais, pode frustrar os clientes e levá-los a buscar alternativas na concorrência. No varejo alimentar, onde a conveniência e a confiabilidade são fatores decisivos, a insatisfação do cliente pode resultar em perda de participação no mercado e danos à reputação da marca.

  3. Agilidade e adaptação às mudanças de mercado
    Vale lembrar que o varejo alimentar está sempre sujeito a flutuações sazonais, mudanças nas preferências dos consumidores e eventos imprevistos, como crises de abastecimento e bloqueios de estradas.

    Organizações com um supply chain ágil e bem estruturado conseguem se adaptar rapidamente a essas mudanças, garantindo a continuidade das operações e a satisfação dos clientes. A capacidade de responder rapidamente a demandas emergentes, como picos de consumo em função de emergências climáticas, é um diferencial competitivo importante.

    Empresas com um supply chain desorganizado ou ineficiente tendem a ser menos ágeis em responder a mudanças no mercado. Isso pode resultar em perda de oportunidades, como a incapacidade de atender a demandas repentinas ou de lançar novos produtos no momento certo. A lentidão na tomada de decisões e na execução de processos pode colocar a empresa em desvantagem frente a
    concorrentes mais ágeis.


  4. Sustentabilidade e redução do desperdício
    A gestão eficiente do supply chain também contribui para práticas mais sustentáveis, visto que, no nesse ramo do varejo, o desperdício de alimentos é um problema significativo, tanto do ponto de vista econômico quanto social.

    Varejistas que implementam sistemas de controle de validade, gestão de estoques just-in-time e parcerias com fornecedores locais conseguem reduzir o desperdício e promover uma imagem mais sustentável, o que, nos dias atuais, é cada vez mais valorizado pelos consumidores, além da grande redução dos custos gerados pela quebra de produtos, seja por vencimento ou obsolescência.

    No entanto, em nosso ramo, a má gestão do supply chain frequentemente resulta em desperdício de alimentos, seja por problemas de armazenamento, validade ou excesso de estoque. Além do impacto financeiro, isso gera consequências ambientais negativas, como o aumento do descarte de resíduos e a emissão de gases de efeito estufa. Organizações que não priorizam a sustentabilidade em sua cadeia de suprimentos podem sofrer críticas e perder a confiança dos consumidores.


  5. Vantagem competitiva
    Em um mercado de alta competitividade, a excelência na gestão do supply chain pode se tornar um diferencial estratégico.

    Empresas que conseguem oferecer preços competitivos, variedade de produtos e disponibilidade constante ganham destaque frente à concorrência. Além disso, a integração de tecnologias como big data, IoT (Internet das Coisas) e blockchain pode proporcionar maior transparência e eficiência, fortalecendo a posição da empresa no mercado.

    Negligenciar a gestão do supply chain pode levar a uma perda gradual de competitividade. Empresas que não investem em tecnologias, processos eficientes e parcerias estratégicas tendem a ficar para trás em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente. A falta de inovação e eficiência pode resultar em perda de espaço para concorrentes mais bem preparados.


Conclusão
Assim, a gestão do supply chain no varejo alimentar, apesar de ser um desafio complexo, traz uma incrível oportunidade para as empresas que desejam se destacar em um mercado extremamente competitivo.

Quando bem executada, ela traz benefícios significativos, como redução de custos, satisfação do cliente, agilidade operacional e vantagem competitiva.

Por outro lado, a negligência nessa área pode resultar em prejuízos financeiros, insatisfação do cliente e perda de mercado.

Em um setor onde a eficiência e a qualidade são essenciais, investir em uma gestão de supply chain robusta e inovadora não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade para garantir o sucesso e a lucratividade a longo prazo.

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Presidente Executivo

Alexandre Simioni

À frente do Grupo Passarela, uma das maiores redes supermercadistas de Santa Catarina e entre as 50 do Brasil, Alexandre Simioni lidera um time de mais de 3 mil colaboradores em 21 lojas distribuídas por 17 cidades no estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A missão é transformar a experiência de compras, oferecendo qualidade, preço justo e inovação.

Sua trajetória profissional combina uma formação em Administração de Empresas com especializações no segmento supermercadista, garantindo uma visão estratégica e operacional para enfrentar os desafios desse setor dinâmico.

Atualmente, além de presidir o Grupo Passarela, é presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) para o biênio 2025/26 e atua como conselheiro na Associação Brasileira de Supermercados (Abras), contribuindo ativamente para o avanço e fortalecimento do setor.

Acredita no poder da inovação, na força das pessoas e na importância do varejo para o desenvolvimento econômico.

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Paulo Cesar Lopes

Presidente do Grupo TOP, com mais de 40 anos dedicados ao desenvolvimento do varejo supermercadista, Paulo Cesar Lopes é bacharel em Administração de Empresas pela FURB (Universidade de Blumenau), com MBA em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Além de CEO do GTOP, é Presidente do Conselho Diretor da Acats, Vice-presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e Presidente da SINGAVALE (Sindicato dos Supermercados do Vale do Itajaí).

Participa de eventos e congressos nacionais e internacionais, realiza visitas técnicas em supermercados modelos no mundo inteiro para identificar tendências, novidades e oportunidades de negócio.

Se dedica ainda a relações institucionais com o Poder Público para encontrar soluções e traçar planos direcionados ao desenvolvimento do varejo supermercadista no Brasil.

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