Apesar de muitos acreditarem que a inteligência artificial é algo recente ou ainda distante para as operações varejistas, na verdade ela já está presente nas demandas do supermercado em tarefas diárias e rotineiras, mesmo que alguns profissionais ainda não tenham ciência disso. Ela contribui para organizar as gôndolas e pontos naturais dos produtos, controlando o estoque e também prevendo demanda em certas épocas do ano. As redes já possuem grande fluxo de dados, porém com deficiência de mão de obra para analisá-los há impacto na tomada de decisões baseadas em informações concretas ou até mesmo há carência em análise para evitar tomar decisões que possam gerar um resultado não desejado no final.

Neste artigo, mostrarei como essa tecnologia pode auxiliar no dia a dia do Trade Marketing. O objetivo da IA nos negócios e no Trade Marketing é que ela permita que as tarefas sejam otimizadas e facilitadas para todos que a utilizam.

Para o Trade Marketing, a inteligência artificial vem como um braço que auxilia em tarefas diárias que contribuam para a gestão do setor e o oriente às melhores práticas. Ela possibilita que sejam tomadas decisões estratégicas baseadas em dados de resultados anteriores ou com previsão de resultado. Na última NRF pude presenciar muito conteúdo sobre a IA e o quanto ela veio para auxiliar nas demandas. Nos painéis que assisti e nas discussões que participei, vi iniciativas que assistem as demandas do dia a dia, como mapas de calor com análise do fluxo de clientes para aplicação dos pontos extras e análise de performance cruzando dados de vendas, sugerindo produtos correlatos, período e local da ativação para fazer um ranking de resultados e poder replicar os casos de sucesso.

Em outras ações de Trade Marketing, a IA pode facilitar a construção de projetos do setor aos fornecedores, com base no perfil de produtos que esse fornecedor possui, relacionando com o modelo de execução adequado e fazendo uma proposta personalizada. Assim como ela pode ajudar na gestão dos ativos de trade, analisando o que está vigente e o que há de disponibilidade em período futuro.

Vi na feira telas dinâmicas para implementação no PDV que mostram conteúdos relacionados ao perfil do público, como idade, gênero e humor, bem como sugerir aos clientes produtos baseados em condições climáticas como queijos e vinhos no inverno e uma bebida gelada no verão e fazer sugestão de produtos correlatos, claro, com base no estoque disponível em loja.

Como reflexão final, apesar da percepção de que a IA é algo novo e estar muito em foco este ano, na verdade ela já faz parte do dia a dia dos supermercados, mas que vem mudando os relacionamentos comerciais e a gestão do varejo. Ela facilita o trabalho das equipes e otimiza as tarefas tanto rotineiras quanto estratégicas. Com a maior acessibilidade à IA o que veremos a seguir são melhores resultados de vendas baseadas em análises e previsões, bem como ambientes mais organizados e melhores ofertas. Isso vai refletir em uma melhora da experiência de compras, tornando a visita de nossos clientes ao PDV cada vez mais agradáveis.

Paula Valduga
Head de Trade Marketing – Grupo Koch