O desafio dos preços dos alimentos e o papel do setor supermercadista, por Alexandre Simioni

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O aumento dos preços dos alimentos tem sido uma preocupação constante para consumidores e empresários do setor supermercadista. Esse fenômeno tem múltiplas causas e exige de todos os agentes da cadeia produtiva um esforço conjunto para minimizar seus impactos. É fundamental esclarecer que a formação dos preços ocorre fora do ambiente supermercadista. Os supermercados são o elo final e possuem uma margem limitada para ajustes de preço nessa cadeia em que a composição dos valores se inicia nas indústrias e nos produtores. Entre os principais fatores que impulsionam a alta dos alimentos estão os problemas climáticos, que afetaram safras importantes, como as de café e grãos, a alta dos combustíveis e os custos logísticos elevados, que encarecem o transporte e a distribuição dos produtos. Além disso, a desvalorização do real e o crescimento das exportações reduziram a oferta de alimentos no mercado interno, pressionando ainda mais os preços.

Diante desse cenário, o diálogo entre o setor supermercadista e o governo federal é essencial. A Acats – Associação Catarinense de Supermercados – tem participado dessas discussões por meio da Abras, que nos representa nacionalmente, e apoia medidas que possam reduzir os custos na cadeia de abastecimento, como a isenção de impostos para doações de alimentos, além da revisão do Programa de Alimentação do Trabalhador, que poderia permitir um pagamento direto das refeições aos funcionários, sem a necessidade de vouchers, gerando uma economia significativa para o setor. No entanto, sabemos que medidas pontuais não são suficientes para conter a alta dos alimentos. É preciso um esforço coordenado entre governo, indústria e varejo para garantir que qualquer política de redução de custos tenha impacto real no preço final pago pelo consumidor.

Mesmo com esses desafios, o setor supermercadista de Santa Catarina segue resiliente, impulsionado pelo consumo e pela geração de empregos. O estado se destaca no cenário nacional por sua economia forte e diversificada, mas também enfrenta dificuldades, como a inflação e a escassez de mão de obra qualificada. A Acats vem investindo há alguns anos na qualificação dos profissionais do setor e segue fortalecendo o diálogo com fornecedores e órgãos públicos para garantir um ambiente competitivo e sustentável. Nosso compromisso é garantir que os consumidores catarinenses tenham sempre as melhores condições possíveis de compra para que o setor continue forte e acessível para todos.

Alexandre Simioni
Presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats)

*Artigo publicado no jornal Notícias do Dia em 07/02/2025

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