Plano Real faz 20 anos: Análise do Segmento Supermercadista de SC

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O Presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Atanázio dos Santos Netto afirma que a estabilidade econômica conquistada após o Plano Real foi a melhor consequência de um dos mais engenhosos planos econômicos já concebidos em toda a história brasileira. “Vivíamos numa época sem referências em composições de preços e para os supermercados, que lidam diariamente com estoques e reposições de milhares de produtos, o advento do Plano Real fez toda a diferença. Foi criada uma cultura de estabilidade de preços que mudou totalmente o cenário de negociação entre fornecedores fabricantes de produtos, os comerciantes, em nosso caso, o relacionamento dos supermercadistas e os consumidores finais. O segmento supermercadista catarinense nunca deixou de crescer nestes últimos 20 anos e não temos dúvida que os efeitos do Plano Real são os principais responsáveis”.

Atanázio vai mais longe. Para ele, o Plano Real estabeleceu os pilares de um novo ciclo de desenvolvimento econômico e foi tão bem feito e comunicado a todos os setores da Sociedade que rapidamente a população conseguiu entender toda lógica do processo, que passou pela etapa de transição da URV para a nova moeda, e assim foi uma aliada fundamental contribuindo para o sucesso da iniciativa.

– Com a estabilidade conquistada o consumidor passou a conviver com valores de referências dos produtos, não havia mais a necessidade de ir correndo para os supermercados a fim de fazer o rancho do mês, as compras se distribuíram ao longo das semanas e tudo isso ajudou o segmento supermercadista a concentrar foco em outros aspectos que necessitavam de atenção para melhoria geral da qualidade do serviço.  Assim o segmento cresceu, se consolidou e hoje detém uma posição hegemônica:  Quase 90% das necessidades da população em alimentação, higiene e limpeza são atendidas pelo supermercado, o principal canal de abastecimento das famílias brasileiras.

O dirigente adverte, contudo, que o Plano Real se transformou ao longo dos anos em um processo e precisa evoluir. Na sua opinião é neste particular que é papel do Governo agir com mais firmeza de propósitos.

– Com a estabilidade de preços conquistada, veio o crescimento do poder aquisitivo da classe média operada principalmente através da geração de novos empregos e da facilitação do crédito. Consideramos esses fatores também fundamentais para o crescimento econômico mas agora é o momento de se fazer mais.  O Estado tem que melhorar as condições gerais de competitividade na economia, remover obstáculos burocráticos e os excessos nas cargas tributária, fiscal e previdenciária. É preciso melhorar a infra-estrutura e a logística, facilitar o ambiente para fazer negócios e assim criar mais empregos e gerar mais crescimento.

– Na visão dos empresários do nosso setor, o Governo deveria ter um papel menos intervencionista e mais de ser um regulador da atividade econômica. Além de políticas claras e de promover o combate à inflação, o Governo tem que priorizar demandas na desoneração dos impostos e folha de pagamento, na educação, na segurança e na saúde, além de  trabalhar para a redução de  desigualdades com Justiça Social  e em busca de relevância no cenário internacional. Estes, a nosso ver, são alicerces de um novo ciclo de impulso econômico e social que o País precisa conquistar – concluiu.

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